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Potenciar Pensamentos Positivos

Colocar a mente a nosso favor

 

Tal como o coração bate, a mente pensa. É importante que o nosso foco não esteja em parar de pensar mas sim em aprender a relacionarmo-nos com os pensamentos de uma forma mais consciente e saudável. 

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 A nossa mente é uma ferramenta muito rica e útil, não obstante também nos pode condicionar e, algumas vezes, pode mesmo assumir o controlo da nossa vida. 

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Importa notar que os pensamentos necessitam de nós para existirem, no entanto nós não precisamos de todos os pensamentos que se instalam na mente. Para darem lugar a crenças requerem energia, tempo, atenção e colaboração ativa da nossa parte. O que será que ocorre se não dermos atenção nem dedicarmos a nossa energia aos pensamentos? Podemos visualizar os pensamentos como uma bola de neve em que, à medida que vai rebolando, vai acrescentando cada vez mais neve, ampliando o seu tamanho. Porém, ao deixar de gastar energia, a neve derrete de forma natural, ou seja, a bola de neve não tem como continuar a aumentar. Sabe-se, no entanto, que deixarmos de atribuir importância aos pensamentos pode ser desafiante, nomeadamente por haver uma identificação do Eu com os mesmos. Muitas vezes, achamos que somos os pensamentos que temos, acreditamos neles, integramo-los no nosso ser como se de verdades absolutas se tratassem. Por consequência, pode inclusive abrir-se um espaço mental para marcadas espirais de stress e ansiedade. 


Como podemos então estimular pensamentos positivos? 


- Fazer um mapeamento mental do que pensamos e sentimos. O primeiro pequeno – grande – passo é ganhar consciência e fazer uma boa auto-observação dos pensamentos e emoções associadas. Podemos investigar em nós através de um autoquestionamento construtivo: “Que pensamentos são mais frequentes? Quais os pensamentos que mais me incomodam? Qual é o meu primeiro e o último pensamento do dia?” 

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 - Treinar o músculo da atenção para a solução em detrimento do problema. Mais de 90% das nossas preocupações são dirigidas para o futuro, para o que ainda não aconteceu, o que revela que o medo que sentimos é sobretudo alimentado pela nossa imaginação e não tanto pela realidade em si. Há que recentrar a nossa mente para o momento presente, substituindo o medo e a insegurança por confiança em nós e mais fé na vida. 
 
- Alimentar um diálogo interno construtivo. Há que sublinhar que para onde vai o nosso foco vai também a nossa energia mental e emocional. Abrir a mente a pensamentos saudáveis e possibilitadores como “eu posso permitir-me sair da minha zona de conforto”, “eu sou capaz”, “eu escolho experimentar esta atividade nova” impacta de forma significativa no nosso mundo interno e externo, através da forma como nos sentimos, no nosso corpo, nos comportamentos que temos e nas escolhas que fazemos. 

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- Estimular a visualização. Potenciar imagens mentais construtivas ajuda a reciclar a triangulação pensamentos-emoções-comportamentos. Podemos experimentar fechar os olhos e visualizar um determinado cenário, estimular uma boa ativação sensorial e focar a atenção no que queremos alcançar (os objetivos devem ser desejáveis, atingíveis e congruentes). Ao centrarmos a nossa atenção no que queremos reduzimos os níveis de ansiedade e ampliamos a nossa autoconfiança. 

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 - Verbalizar afirmações no presente: a mente inconsciente é determinante nas nossas decisões, e esta “vive” no presente, como tal importa verbalizar frases nesse tempo verbal “estou a aprender a sentir-me mais calma”; “permito-me cuidar mais de mim”; “posso potenciar os meus recursos internos”; “escolho nutrir o meu amor incondicional.” Aceita um convite? Permita-se aceder às afirmações que mais ressonância emocional têm em si, e dê-lhes a possibilidade de assumirem o papel de mantras para a – sua – vida. 
 
5 Estratégias para gerir os pensamentos negativos: 
 
- Identificar os gatilhos. Notar o que gera os pensamentos intrusivos, como ir a um lugar novo ou desconhecido, mudanças de vida, estar sozinho ou estar em sítios com muita gente. Há que ampliar a consciência para gerar mudança. 
 
- Abraçar a aceitação. Podemos apenas notar os pensamentos, escolhendo não os alimentar, e também não lutar contra eles, uma vez que quanto mais o fizermos mais eles nos darão luta. Há que aceitar que eles vêm, ficam – algumas vezes um pouco mais, outras um pouco menos - e acabam por ir. Ao fazê-lo abrimos espaço para que eles se possam diluir mais rápida e naturalmente. A aceitação é o verdadeiro portal da transformação. 
 
- Praticar o desapego dos pensamentos e deixá-los ir. Não nos confundirmos com eles. Importa distanciarmo-nos dos pensamentos, de forma a ganhar mais foco e clareza. Lembrar que os pensamentos não são factos. São apenas pensamentos. Vale a pena olhar para eles, tal como olhamos para as nuvens que passam no céu. Nós somos todo o azul do céu, os pensamentos são apenas o branco das nuvens. Todavia, há que fazer este movimento sem rigidez, apenas com uto gentileza. Um diálogo interno sustentado pela imposição e alicerçado em “tenho” ou “devo”, pode ser altamente contraproducente, os pensamentos tendem a instalar-se ainda com mais força. 
 
- Questionar, com amabilidade, os pensamentos que despoletam respostas emocionais que nos fazem sofrer: “Será este pensamento uma verdade?”; “Como me sinto quando acredito neste pensamento?”; “Como me sentiria sem este pensamento?”; “Que pessoa sou eu quando não tenho este tipo de pensamento?” 
 
- Higienizar a mente. Apropriar-se do seu direito ao autocuidado, dando a possibilidade a si próprio de fazer algo que lhe acrescente valor e represente uma bolha de oxigénio. Opções como meditar, ler, desenhar, praticar exercício físico, divertir-se, socializar são muito uteis e podem ser uma excelente forma de abrandar o sapateado mental.

 

Helena Paixão, Revista Reiki&Yoga, edição especial nº49, Out/Nov/Dez 2021
 

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